“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração”. (2 Coríntios 9: 6 - 12)

31/03/2012 16:19

 

 

            Certa vez ouvi um título de um livro que chamou minha atenção: “Contribuição: a graça que ninguém quer”. O tal livro era resultado de um sermão proferido pelo mesmo autor. Daí, percebi a profundidade do assunto tanto de sua importância como da dificuldade das pessoas contribuírem para a obra do Senhor.

            Infelizmente dinheiro é necessário também para o desenvolvimento da obra de evangelização, neste mundo tudo que se vai fazer precisa de recursos financeiros, entretanto, muitos escândalos tem sido propagados entre as instituições religiosas envolvendo dinheiro, o que tem feito com que muitas pessoas se afastem do contexto religioso ou até mesmo condene todos de forma indiscriminada e resulte em sofrimento da obra de Deus.

            O problema maior é a falta de comprometimento financeiro do povo de Deus no sustento de sua obra. Passaremos a analisar alguns motivos que fazem com que algumas pessoas não entendam a contribuição como uma dádiva de Deus e uma grande fonte de alegria ao coração desprendido. E como se privam de inúmeras bênçãos por causa da falta de liberalidade no Reino.

*A Contribuição é uma ordem de Deus que está em toda a Bíblia:

            A Bíblia inteira fala de contribuição como um dever do povo de Deus no sustento da religião. A oferta religiosa faz parte da humanidade desde seus primórdios. Adão e Eva aprenderam do Senhor como ofertar e ensinaram a seus filhos:

“Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou” (Genesis 4: 3 - 5).

Neste episódio aprendemos que ofertas podem ser aceitas ou rejeitadas pelo Senhor e que a intenção do coração é quem define (Genesis 4: 5).

            Mais tarde vemos o Patriarca Abraão dando o dízimo ao Senhor através de Melquizedeque:

“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo” (Genesis 14: 18 - 20).

 Nos tempos de Moisés, Deus estabelece o dízimo como Lei:

Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor” (Levítico 27: 30).

Através do ministério dos profetas, Ele cobra a fidelidade do povo:

“Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derra­mar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las” (Malaquias 3: 8 e 10).

O Senhor Jesus faz menção do dízimo como fruto da justiça, misericórdia e fidelidade:

“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas” (Mateus 23: 23).

Ele elogia a viúva pobre pela sua contribuição:

“Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas. Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre. E disse: Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros” (Lucas 21: 2 e 3).

 Os apóstolos ensinavam a Igreja como se devia contribuir (2 Coríntios 8 e 9). E a Igreja primitiva era comprometida com a partilha:

“Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade” (Atos 2: 44 e 45).

 

*Em que se usa a contribuição da Igreja:

            Grande parte das pessoas tem dúvidas de como é usado o dinheiro doado na Igreja. Vemos na Bíblia os principais usos das ofertas no serviço espiritual. Verdade que alguns inescrupulosos fazem uso indevidamente das doações dos fiéis, se beneficiando delas para proveito próprio. Sei de casos de líderes religiosos que mantém criação de cavalos caríssimos e outros caprichos pessoais.

            Apesar de todo mau uso que se possa fazer do dinheiro sagrado não podemos generalizar todos os líderes e nos omitir de ofertar temendo a má administração desses recursos. Afinal de contas a Palavra de Deus nos ordena contribuir com responsabilidade. Vejamos as prioridades onde se devem empregar as doações feitas pelo povo à Igreja:

No sustento pastoral: Desde os tempos bíblicos mais remotos as ofertas são usadas principalmente para o sustento dos sacerdotes, daqueles que servem ao altar de Deus. Arão e seus filhos não tinham trabalho nem herança entre o povo de Israel. Sua sobrevivência advinha dos dízimos e ofertas que os adoradores ofereciam ao Senhor. Comiam do que se oferecia sobre o altar:

“Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro. Assim, vocês apresentarão uma contribuição ao Senhor de todos os dízimos recebidos dos israelitas. Desses dízimos vocês darão a contribuição do Senhor ao sacerdote Arão” (Números 18: 21, 24, 28).

No Novo Testamento encontramos o apóstolo Paulo defendendo o direito do obreiro de ser sustentado pela Igreja:

Pois está escrito na Lei de Moisés: “Não amordace o boi enquanto ele estiver debulhando o cereal”. Por acaso é com bois que Deus está preocupado? Não é certamente por nossa causa que ele o diz? Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque “o lavrador quando ara e o debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar da colheita” (1 Coríntios 9: 8, 9).

E mais:

“Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Coríntios 9: 13, 14).

Estas são comprovações de que o sustento pastoral é responsabilidade da Igreja. A equipe pastoral deve se ocupar em apascentar o rebanho e não de como levantar sustento para sua sobrevivência. Enquanto o pastor cuida espiritualmente do povo, a Igreja cuida do bem estar de sua família. O mandamento bíblico é claro: “Zelai pelos vossos guias” (Hebreus 13:7).

Na obra missionária: A segunda prioridade de investimento financeiro na Igreja é nas missões, ou seja, na divulgação do Evangelho em outras terras. Na plantação de novas igrejas. Jesus ordenou que o Evangelho fosse pregado em todas as nações:

“E disse-lhes: Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Marcos 16: 16).

 

O dinheiro para fundar novas igrejas vem das doações das igrejas já formadas. Temos exemplos no Novo Testamento de igrejas que investiram noutras com grande empenho. A igreja da Macedônia socorreu a igreja da Judéia:

“Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos” (2 Coríntios 8: 1 - 3).

 A igreja dos filipenses sustentou Paulo quando em missões noutras cidades:

“Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus”(Filipenses 4: 18).

 A igreja de Antioquia enviou e sustentou missionários:

“Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram. Enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre (Atos 13: 1 -4).

 Nenhuma igreja deve pensar somente em si própria e se omitir da obra de expansão do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. A responsabilidade por missões é de todo cristão. O dinheiro para promoção do Reino vem das ofertas do povo de Deus.

O Senhor Jesus tinha mantenedores do seu ministério, sendo a grande maioria deles composta de mulheres:

“Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens” (Lucas 8: 3).

 Enquanto Ele pregava e fazia maravilhas, algumas pessoas se ocupavam e se preocupavam com o sustento do grupo de missionários – no caso Jesus e os apóstolos.

Na manutenção do templo: Em Malaquias 3: 10 está escrito: “Trazei todos os dízimos a casa do tesouro, para que haja mantimento em minha casa diz o Senhor ...” O templo é um dos principais lugares de reunião da Igreja e da adoração ao Senhor. Sua manutenção é feita do dinheiro das ofertas. As obrigações com as instalações do templo são muitas e caras.

Mensalmente temos o compromisso com aluguel, conta de água, luz, material de limpeza, zeladoras, segurança eletrônica, louvor, elementos da Eucaristia, confecção dos boletins, água mineral.

 Além de outras despesas esporádicas como IPTU, compra de envelopes, material hidráulico e elétrico, serviços (mão de obra), equipamentos (data show, mini system, micro ondas, ventiladores), panos litúrgicos, material infantil, pinturas de paredes e grades. Sem dinheiro toda esta estrutura seria impossível.

No socorro aos necessitados: Mais uma vez a igreja da Macedônia é exemplo:

 “Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam” (2 Coríntios 8: 1 - 3).

Eles deram acima de suas posses para socorrer a igreja na Judéia. Os relatos dos primeiros dias da Igreja primitiva eram de partilha com todos (Atos 2: 47). A prioridade da ajuda é dos irmãos na fé:

 “Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé” (Gálatas 6: 10).

Tiago diz que não podemos dizer que cremos em Deus se vemos um irmão passar necessidade e o despedirmos de mãos vazias:

“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso”? (Tiago 2: 14 - 16).

A Igreja deve fazer doações específicas para socorrer aqueles que precisam. Esses dinheiros não podem sair dos dízimos e ofertas porque são específicos para a manutenção do serviço espiritual, e sim, das contribuições voluntárias e extras dos irmãos para acudir aqueles em dificuldade. É o que a Bíblia chama de generosidade fraterna.

*Quanto e quando devo contribuir:

            As perguntas mais comuns sobre o assunto são: Quanto e quando devo contribuir? A Bíblia fala de dízimos, ofertas e contribuições. Embora a palavra dízimo signifique a “décima parte” ou “dez por cento” as doações não devem se restringir apenas a este valor.

            Os fariseus davam o dízimo de tudo que ganhavam:

“Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho”.   (Lucas 18: 12).

Os judeus davam “os dízimos”, não apenas dez por cento de sua renda, mas de tudo que ganhavam. Prova disso está em Malaquias 3: 10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro...”.

Falando da justiça cristã disse Jesus:

Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus” (Mateus 5: 20).

 
 

Há quem diga que os fariseus davam até 25% em total de dízimos. Os cristãos são encorajados a exceder os fariseus, isso porque o Novo Testamento não estipula o valor ou porcentagem da contribuição, a medida é a liberalidade:

“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. (2 Coríntios 8:7).

Vejamos a fórmula: “Aquele semeia muito, muito colherá, mas o que semeia pouco, pouco também colherá” (v. 6).

            Acerca do tempo ou regularidade da oferta encontramos o apóstolo instruindo:

“Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar (1 Coríntios 16: 1 e 2).

O que está claro que a igreja primitiva fazia sua contribuição todo culto dominical.

Aqui temos o princípio da prontidão que é a disposição de separar antecipadamente o valor da contribuição. Planejar o que vai devolver ao Senhor para não ser pego de surpresa ou dizer que não tem. E o da regularidade que é dar sempre, não somente uma vez perdida ou por ocasião especial. Os obreiros e suas famílias têm de comer diariamente e não uma vez por outra, assim como as obrigações do templo são mensais ou semanais.

*Principais motivos porque as pessoas não contribuem:

            Existem pessoas que dizem que não contribuem por que: Deus ainda não tocou meu coração para isso. E que estão esperando sentir para depois contribuir. Nada é mais falso e insensível do que esta desculpa. Quem diz crer na Bíblia como Palavra de Deus e a obedece, deve se compadecer e compartilhar com a Igreja suas necessidades. Não precisa sentir, mas obedecer! Quem tem Jesus como Senhor o honra através da honra que dá a Sua Igreja.

            Desconfiança com o destino das contribuições. Esses justificam sua avareza ou falta de compromisso culpando as ações reprovadas de líderes mau caráter. A Bíblia não reconhece isto como motivo para não contribuir. Pelo contrário, ela nos manda ofertar sem com isso saber o que se fará da oferta:

“Quando deres esmolas não veja a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mateus 6:3).

Nosso compromisso em contribuir é com o Senhor e a prestação de contas é do Senhor com aquele que recebe. Dê e o Senhor cobrará das mãos de quem administra.

Você não tem o direito de administrar seu dízimo, este é um trabalho do líder espiritual.

            Porque acham pouca ou alta a quantia que vão ofertar. Também existem aqueles que dizem que não dão porque o que tem para oferecer é tão pouco que não vale a pena ou tem vergonha. Pensam que os mais ricos é que devem dar, acontece que Deus não vê o valor, mas a disposição do coração. Lembre-se da viúva pobre. E os ricos dizem que é dinheiro demais por isso, darão apenas uma oferta. São avarentos e infiéis.

            A Igreja não precisa porque já tem muita gente contribuindo. Infelizmente outros não contribuem porque julgam erradamente que a Igreja não precisa, ou que o dinheiro é algo sujo e não deveria ser envolvido nas coisas da Igreja ou ainda que já tem gente demais contribuindo, por isso, pode ficar de fora do compromisso.

            Acontece que o número daqueles que contribuem é sempre menor do que as necessidades existentes. Jamais deixe de dar porque pensa que já tem dinheiro sobrando.

            Alguém já contribuiu por mim. Conheço pessoas que dizem: “a minha mulher já dá nosso dízimo” ou “o dízimo do meu marido é da família inteira”. A Palavra de Deus diz: “Cada um contribua...”, isso quer dizer que é algo pessoal, todo aquele que tem alguma fonte de renda deve participar desse compromisso. Ninguém é salvo por mim, ninguém testemunha por mim, ninguém pode orar no meu lugar. Cada um deve fazer sua parte no reino de Deus.

*Conclusão.

            A contribuição cristã é um privilégio e não um peso, alguns admitem como dever, não é errado, a menos que se faça com alegria, pois, Deus ama quem dá com alegria e não o que se dá. O SENHOR está interessado na sua intenção, no seu amor pela obra. Como vimos não existe desculpa para não contribuir. E mais, quando se contribui se demonstra o comprometimento com a causa. Contribua com desprendimento na certeza de que Deus não desampara o filho seu.“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração”.

(2 Coríntios  9: 6 - 12)

 

            Certa vez ouvi um título de um livro que chamou minha atenção: “Contribuição: a graça que ninguém quer”. O tal livro era resultado de um sermão proferido pelo mesmo autor. Daí, percebi a profundidade do assunto tanto de sua importância como da dificuldade das pessoas contribuírem para a obra do Senhor.

            Infelizmente dinheiro é necessário também para o desenvolvimento da obra de evangelização, neste mundo tudo que se vai fazer precisa de recursos financeiros, entretanto, muitos escândalos tem sido propagados entre as instituições religiosas envolvendo dinheiro, o que tem feito com que muitas pessoas se afastem do contexto religioso ou até mesmo condene todos de forma indiscriminada e resulte em sofrimento da obra de Deus.

            O problema maior é a falta de comprometimento financeiro do povo de Deus no sustento de sua obra. Passaremos a analisar alguns motivos que fazem com que algumas pessoas não entendam a contribuição como uma dádiva de Deus e uma grande fonte de alegria ao coração desprendido. E como se privam de inúmeras bênçãos por causa da falta de liberalidade no Reino.

*A Contribuição é uma ordem de Deus que está em toda a Bíblia:

            A Bíblia inteira fala de contribuição como um dever do povo de Deus no sustento da religião. A oferta religiosa faz parte da humanidade desde seus primórdios. Adão e Eva aprenderam do Senhor como ofertar e ensinaram a seus filhos:

“Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou” (Genesis 4: 3 - 5).

Neste episódio aprendemos que ofertas podem ser aceitas ou rejeitadas pelo Senhor e que a intenção do coração é quem define (Genesis 4: 5).

            Mais tarde vemos o Patriarca Abraão dando o dízimo ao Senhor através de Melquizedeque:

“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo” (Genesis 14: 18 - 20).

 Nos tempos de Moisés, Deus estabelece o dízimo como Lei:

Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor” (Levítico 27: 30).

Através do ministério dos profetas, Ele cobra a fidelidade do povo:

“Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derra­mar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las” (Malaquias 3: 8 e 10).

O Senhor Jesus faz menção do dízimo como fruto da justiça, misericórdia e fidelidade:

“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas” (Mateus 23: 23).

Ele elogia a viúva pobre pela sua contribuição:

“Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas. Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre. E disse: Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros” (Lucas 21: 2 e 3).

 Os apóstolos ensinavam a Igreja como se devia contribuir (2 Coríntios 8 e 9). E a Igreja primitiva era comprometida com a partilha:

“Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade” (Atos 2: 44 e 45).

 

*Em que se usa a contribuição da Igreja:

            Grande parte das pessoas tem dúvidas de como é usado o dinheiro doado na Igreja. Vemos na Bíblia os principais usos das ofertas no serviço espiritual. Verdade que alguns inescrupulosos fazem uso indevidamente das doações dos fiéis, se beneficiando delas para proveito próprio. Sei de casos de líderes religiosos que mantém criação de cavalos caríssimos e outros caprichos pessoais.

            Apesar de todo mau uso que se possa fazer do dinheiro sagrado não podemos generalizar todos os líderes e nos omitir de ofertar temendo a má administração desses recursos. Afinal de contas a Palavra de Deus nos ordena contribuir com responsabilidade. Vejamos as prioridades onde se devem empregar as doações feitas pelo povo à Igreja:

No sustento pastoral: Desde os tempos bíblicos mais remotos as ofertas são usadas principalmente para o sustento dos sacerdotes, daqueles que servem ao altar de Deus. Arão e seus filhos não tinham trabalho nem herança entre o povo de Israel. Sua sobrevivência advinha dos dízimos e ofertas que os adoradores ofereciam ao Senhor. Comiam do que se oferecia sobre o altar:

“Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro. Assim, vocês apresentarão uma contribuição ao Senhor de todos os dízimos recebidos dos israelitas. Desses dízimos vocês darão a contribuição do Senhor ao sacerdote Arão” (Números 18: 21, 24, 28).

No Novo Testamento encontramos o apóstolo Paulo defendendo o direito do obreiro de ser sustentado pela Igreja:

Pois está escrito na Lei de Moisés: “Não amordace o boi enquanto ele estiver debulhando o cereal”. Por acaso é com bois que Deus está preocupado? Não é certamente por nossa causa que ele o diz? Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque “o lavrador quando ara e o debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar da colheita” (1 Coríntios 9: 8, 9).

E mais:

“Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Coríntios 9: 13, 14).

Estas são comprovações de que o sustento pastoral é responsabilidade da Igreja. A equipe pastoral deve se ocupar em apascentar o rebanho e não de como levantar sustento para sua sobrevivência. Enquanto o pastor cuida espiritualmente do povo, a Igreja cuida do bem estar de sua família. O mandamento bíblico é claro: “Zelai pelos vossos guias” (Hebreus 13:7).

Na obra missionária: A segunda prioridade de investimento financeiro na Igreja é nas missões, ou seja, na divulgação do Evangelho em outras terras. Na plantação de novas igrejas. Jesus ordenou que o Evangelho fosse pregado em todas as nações:

“E disse-lhes: Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Marcos 16: 16).

 

O dinheiro para fundar novas igrejas vem das doações das igrejas já formadas. Temos exemplos no Novo Testamento de igrejas que investiram noutras com grande empenho. A igreja da Macedônia socorreu a igreja da Judéia:

“Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos” (2 Coríntios 8: 1 - 3).

 A igreja dos filipenses sustentou Paulo quando em missões noutras cidades:

“Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus”(Filipenses 4: 18).

 A igreja de Antioquia enviou e sustentou missionários:

“Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram. Enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre (Atos 13: 1 -4).

 Nenhuma igreja deve pensar somente em si própria e se omitir da obra de expansão do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. A responsabilidade por missões é de todo cristão. O dinheiro para promoção do Reino vem das ofertas do povo de Deus.

O Senhor Jesus tinha mantenedores do seu ministério, sendo a grande maioria deles composta de mulheres:

“Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens” (Lucas 8: 3).

 Enquanto Ele pregava e fazia maravilhas, algumas pessoas se ocupavam e se preocupavam com o sustento do grupo de missionários – no caso Jesus e os apóstolos.

Na manutenção do templo: Em Malaquias 3: 10 está escrito: “Trazei todos os dízimos a casa do tesouro, para que haja mantimento em minha casa diz o Senhor ...” O templo é um dos principais lugares de reunião da Igreja e da adoração ao Senhor. Sua manutenção é feita do dinheiro das ofertas. As obrigações com as instalações do templo são muitas e caras.

Mensalmente temos o compromisso com aluguel, conta de água, luz, material de limpeza, zeladoras, segurança eletrônica, louvor, elementos da Eucaristia, confecção dos boletins, água mineral.

 Além de outras despesas esporádicas como IPTU, compra de envelopes, material hidráulico e elétrico, serviços (mão de obra), equipamentos (data show, mini system, micro ondas, ventiladores), panos litúrgicos, material infantil, pinturas de paredes e grades. Sem dinheiro toda esta estrutura seria impossível.

No socorro aos necessitados: Mais uma vez a igreja da Macedônia é exemplo:

 “Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam” (2 Coríntios 8: 1 - 3).

Eles deram acima de suas posses para socorrer a igreja na Judéia. Os relatos dos primeiros dias da Igreja primitiva eram de partilha com todos (Atos 2: 47). A prioridade da ajuda é dos irmãos na fé:

 “Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé” (Gálatas 6: 10).

Tiago diz que não podemos dizer que cremos em Deus se vemos um irmão passar necessidade e o despedirmos de mãos vazias:

“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso”? (Tiago 2: 14 - 16).

A Igreja deve fazer doações específicas para socorrer aqueles que precisam. Esses dinheiros não podem sair dos dízimos e ofertas porque são específicos para a manutenção do serviço espiritual, e sim, das contribuições voluntárias e extras dos irmãos para acudir aqueles em dificuldade. É o que a Bíblia chama de generosidade fraterna.

*Quanto e quando devo contribuir:

            As perguntas mais comuns sobre o assunto são: Quanto e quando devo contribuir? A Bíblia fala de dízimos, ofertas e contribuições. Embora a palavra dízimo signifique a “décima parte” ou “dez por cento” as doações não devem se restringir apenas a este valor.

            Os fariseus davam o dízimo de tudo que ganhavam:

“Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho”.   (Lucas 18: 12).

Os judeus davam “os dízimos”, não apenas dez por cento de sua renda, mas de tudo que ganhavam. Prova disso está em Malaquias 3: 10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro...”.

Falando da justiça cristã disse Jesus:

Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus” (Mateus 5: 20).

 
 

Há quem diga que os fariseus davam até 25% em total de dízimos. Os cristãos são encorajados a exceder os fariseus, isso porque o Novo Testamento não estipula o valor ou porcentagem da contribuição, a medida é a liberalidade:

“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. (2 Coríntios 8:7).

Vejamos a fórmula: “Aquele semeia muito, muito colherá, mas o que semeia pouco, pouco também colherá” (v. 6).

            Acerca do tempo ou regularidade da oferta encontramos o apóstolo instruindo:

“Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar (1 Coríntios 16: 1 e 2).

O que está claro que a igreja primitiva fazia sua contribuição todo culto dominical.

Aqui temos o princípio da prontidão que é a disposição de separar antecipadamente o valor da contribuição. Planejar o que vai devolver ao Senhor para não ser pego de surpresa ou dizer que não tem. E o da regularidade que é dar sempre, não somente uma vez perdida ou por ocasião especial. Os obreiros e suas famílias têm de comer diariamente e não uma vez por outra, assim como as obrigações do templo são mensais ou semanais.

*Principais motivos porque as pessoas não contribuem:

            Existem pessoas que dizem que não contribuem por que: Deus ainda não tocou meu coração para isso. E que estão esperando sentir para depois contribuir. Nada é mais falso e insensível do que esta desculpa. Quem diz crer na Bíblia como Palavra de Deus e a obedece, deve se compadecer e compartilhar com a Igreja suas necessidades. Não precisa sentir, mas obedecer! Quem tem Jesus como Senhor o honra através da honra que dá a Sua Igreja.

            Desconfiança com o destino das contribuições. Esses justificam sua avareza ou falta de compromisso culpando as ações reprovadas de líderes mau caráter. A Bíblia não reconhece isto como motivo para não contribuir. Pelo contrário, ela nos manda ofertar sem com isso saber o que se fará da oferta:

“Quando deres esmolas não veja a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mateus 6:3).

Nosso compromisso em contribuir é com o Senhor e a prestação de contas é do Senhor com aquele que recebe. Dê e o Senhor cobrará das mãos de quem administra.

Você não tem o direito de administrar seu dízimo, este é um trabalho do líder espiritual.

            Porque acham pouca ou alta a quantia que vão ofertar. Também existem aqueles que dizem que não dão porque o que tem para oferecer é tão pouco que não vale a pena ou tem vergonha. Pensam que os mais ricos é que devem dar, acontece que Deus não vê o valor, mas a disposição do coração. Lembre-se da viúva pobre. E os ricos dizem que é dinheiro demais por isso, darão apenas uma oferta. São avarentos e infiéis.

            A Igreja não precisa porque já tem muita gente contribuindo. Infelizmente outros não contribuem porque julgam erradamente que a Igreja não precisa, ou que o dinheiro é algo sujo e não deveria ser envolvido nas coisas da Igreja ou ainda que já tem gente demais contribuindo, por isso, pode ficar de fora do compromisso.

            Acontece que o número daqueles que contribuem é sempre menor do que as necessidades existentes. Jamais deixe de dar porque pensa que já tem dinheiro sobrando.

            Alguém já contribuiu por mim. Conheço pessoas que dizem: “a minha mulher já dá nosso dízimo” ou “o dízimo do meu marido é da família inteira”. A Palavra de Deus diz: “Cada um contribua...”, isso quer dizer que é algo pessoal, todo aquele que tem alguma fonte de renda deve participar desse compromisso. Ninguém é salvo por mim, ninguém testemunha por mim, ninguém pode orar no meu lugar. Cada um deve fazer sua parte no reino de Deus.

*Conclusão.

            A contribuição cristã é um privilégio e não um peso, alguns admitem como dever, não é errado, a menos que se faça com alegria, pois, Deus ama quem dá com alegria e não o que se dá. O SENHOR está interessado na sua intenção, no seu amor pela obra. Como vimos não existe desculpa para não contribuir. E mais, quando se contribui se demonstra o comprometimento com a causa. Contribua com desprendimento na certeza de que Deus não desampara o filho seu.

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